terça-feira, 27 de maio de 2008

Estabilidade de preços na versão infantil do BCE



O Banco Central Europeu explica a inflação às criancinhas. E para os papás, mais vale tarde do que nunca.

Foi pena que não tenham feito o mesmo ( e atempadamente) aos milhões de adultos (muitos deles agora insolventes) que se endividaram com o engodo dos empréstimos bancários a juros baixos - que o próprio BCE autorizou.

sábado, 17 de maio de 2008

Síndrome de Munchausen: fingir para obter atenção.




A síndrome de Munchausen, também denominada simulação patológica, não é estritamente um distúrbio somatoforme, mas as suas características são algo similares àquelas dos distúrbios psiquiátricos sob a aparência de uma doença orgânica. A diferença fundamental parece ser a seguinte: os indivíduos com a síndrome de Munchausen simulam (conscientemente e de modo credível) os sintomas da enfermidade ou do seu problema bio-psíquico grave, que mais tarde virá a ser alvo da atenção dos outros.

Os indivíduos com Síndrome de Munchausen tendem a inventar moléstias e desenvolver sintomas simulados (ou consequentes a danos auto-infligidos). Frequentemente vão de hospital em hospital em busca de tratamento de modo a alcançarem (inconscientemente) a atenção de que necessitam; disto diferem aqueles com Hipocondria que acreditam sentir sintomas físicos e mostram-se particularmente preocupados (obsessivamente focalizados) na presença de uma doença (em última análise, a Morte) que crêem firmemente padecer.

Em resumo: os Hipocondríacos sentem e acreditam possuir uma doença grave e focalizam nessa preocupação (tida como uma legítima ameaça) grande parte da sua atenção, enquanto que aqueles com a Síndrome de Munchausen querem fazer os outros acreditar na existência de uma situação supostamente perigosa ou grave para assim conseguirem a atenção de que (inconscientemente) necessitam.

Contudo, a Síndrome de Munchausen está associada a problemas emocionais graves ou severos geralmente associados à Perturbação da Personalidade, sendo aquela mais complexa do que a crença obsessiva focalizada na existência de doenças ou uma qualquer desonesta invenção e fingimento de sintomas para alcançar um ganho imediato (por exemplo: manipular uma determinada situação familiar, faltar ao emprego ou evitar uma obrigação legal).

Os indivíduos com Munchausen geralmente são inteligentes e possuem vários recursos; não somente sabem como simular doenças ou situações específicas mas também possuem um conhecimento sofisticado das práticas médicas ou daquelas envolvidas na situação que pretendem simular. São capazes de manipular os seus sintomas de modo a serem hospitalizados e submetidos a uma enorme quantidade de exames e tratamentos, incluindo cirurgias de grande porte.

Na Síndrome de Munchausen as fraudes são conscientes mas a sua motivação é em grande parte inconsciente - a busca incessante da atenção dos outros, por via de uma falha narcísica diriam uns, por Perturbação da Personalidade dizem outros, sendo que ambas as percepções estão correctas.

Uma variante desta síndrome é denominada Síndrome de Munchausen por Substituto ou Munchausen by Proxy . Neste distúrbio, uma criança (ou alguém dependente) pode ser utilizada como paciente passivo, geralmente por um dos progenitores.

Por exemplo: o progenitor falsifica a história médica da criança e pode intencionalmente causar-lhe danos através de medicamentos ou adicionando sangue; noutros casos são utilizados contaminantes bacterianos nas amostras de urina para análise orientando assim todo o esforço para simular uma doença no substituto, i.é, a criança doente.

Aquela criança substituto será o alvo inicial da atenção médica devida à gravidade da sua situação mas apenas parcialmente já que atenção obtida será também deslocada para o progenitor que cuida dela; são nestes ganhos secundários de atenção por substituição que o progenitor com Munchausen by Proxy obtém o que procura.

A motivação subjacente a tais comportamentos bizarros parece ser uma necessidade patológica de obter atenção dos outros e de manter uma relação intensa com a criança (substituto), por via de quem provêem toda a atenção ansiosamente desejada pelo progenitor.

Existem também o exemplo paradigmático da Falsa Gravidez, tipologia na qual a mulher desenvolve (simula e/ou provoca) sintomas semelhantes aos das gestantes.

No mesmo sentido, também podemos incluir nesta categoria de síndrome alguns casos de suposta violação ou abuso nos quais se poderão detectar com mais detalhe pericial que os danos físicos foram auto-infligidos apesar das narrativas serem aparentemente coerentes e credíveis numa primeira leitura.


Tratamento:

O tratamento é extremamente difícil que pode requer co-intervenção psicofarmacológica além da psicoterapêutica. Geralmente qualquer sugestão de que os sintomas em presença são psicológicos tende a produzir sentimentos de frustração e de raiva nos indivíduos.

No entanto, a praxis demonstra que o melhor tratamento está numa relação terapeuta-paciente de apoio, relaxada e firme, que provê alívio sintomático e protege o indivíduo (de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos muito caros ou outros comportamentos possivelmente perigosos) através da aquisição de competências pessoais de percepção de si e dos outros através de uma intensa restruturação cognitiva e comportamental, frequentemente prolongada no tempo.

Entretanto, o profissional deve permanecer sempre alerta frente à natureza dramática das queixas e um comportamento exibicionista, dependente, manipulador e, algumas vezes, suicida do paciente. Trata-se de uma Perturbação de Personalidade, pelo que a sua rigidez é natural e omnipresente.

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segunda-feira, 12 de maio de 2008

TU DECIDES - Prevenção VIH / SIDA e Sinistralidade Rodoviária




Decorreu mais uma intervenção Tu Decides na XXIII Semana Académica do Algarve.

Mais uma vez, fez-se a intervenção preventiva a milhares de estudantes principalmente em duas áreas particularmente sensíveis ao tipo de evento em causa: a prevenção da condução automóvel sob efeito de álcool e a prevenção sobre comportamentos de risco de V.I.H (e outras DST`s).

Um modelo pragmático de (in)formação entre pares para a prevenção dos comportamentos de risco que conquistou o público a que se destina.

A organização da equipe de 40 estudantes voluntários durante as 9 noites esteve a cargo do GPAP assim como a gestão logística das acções de prevenção e de (in)formação entre os pares.

Um projecto, outrora pioneiro, que se transformou num plano de intervenção anual destinado aos milhares de alunos que festejam a Semana Académica da Universidade do Algarve, inspirados em Baco e pelos vapores das bacantes, com todas as consequências de risco que daí advêm.

A adesão tem sido, desde o início, elevada. Assim aconteceu uma vez mais neste ano de 2008 apesar de algumas dificuldades e outros entraves dos Velhos do Restelo, que sempre acabam por se revelar nas situações de mudança na acção.

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Educação dos adolescentes (e das crianças ? ) - Videojogos violentos afectam cérebro e o comportamento

O Professor Vincent Mathews, Docente de radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana (EUA), concluiu recentemente que os videojogos violentos estimulam nos adolescentes a actividade das regiões do cérebro ligadas às emoções e reduzem as respostas das zonas que comandam o raciocínio e o auto controlo.

O investigador e a sua equipa efectuaram este estudo com 44 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos escolhidos ao acaso e sem problemas relevantes de comportamento.

Metade do grupo jogou durante 30 minutos um videojogo que simulava um combate militar muito violento, enquanto que a outra metade se entreteve com um videojogo não violento mas interessante.

No final da sessão, os participantes fizeram testes para medir a concentração e a inibição, enquanto que o funcionamento do cérebro era observado em tempo real por ressonância magnética (IRM).

Os do grupo que jogou o videojogo violento mostraram uma maior actividade na amígdala, sede da excitação emocional no cérebro. Em contraste, os que jogaram o não violento revelaram uma maior estimulação da parte pré-frontal do cérebro, ligada ao auto controlo, precisou o investigador.

A investigação do Professor Vincent Mathews sugere que jogar certos videojogos violentos pode ter efeitos diferentes a curto prazo nas funções cerebrais do que jogar videojogos não violentos mas interessantes.

O conteúdo violento dos videojogos tem sido objecto de tentativas de regulamentação por alguns governos ocidentais que, até agora, só resultaram num sistema de classificação semelhante ao utilizado para os filmes.

Os resultados deste estudo parecem favorecer outras teses, nomeadamente aquela que defende que o tempo dispendido defronte a uma televisão ou ecrã multimédia com programas ou conteúdos televisivos violentos, sem mediação de adultos isentos, pode influenciar a resposta de agressividade dos espectadores e desde logo o grau de percepção e contacto com a realidade.

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