terça-feira, 29 de setembro de 2009

A campanha eleitoral vai prosseguir ...




O Presidente da República fez hoje uma comunicação ao País.

.........................................................................................................
Ou muito me engano ou esta grave e insólita declaração do Presidente da República significa que a dissolução da Assembleia da República será efectuada bem mais cedo do que se pensa, talvez em menos de um ano ou pouco mais.
Se assim for, de seguida vamos assistir a um florentino período governativo, que será menos do que um exercício de bom Governo mas mais uma nova agenda politico-partidária de pré-campanha eleitoral para novas Legislativas.
....

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ver a encenação para além das palavras ditas


Apesar do enjoo que vou começando a sentir cada vez que ouço a generalidade da propaganda política para as eleições que se avizinham, tem sido interessante e até divertido observar o comportamento dos candidatos e das respectivas entourages.

Durante os debates entre os candidatos dos partidos supostamente mais elegíveis, foi um verdadeiro maná humorístico desconstruir a coerência e as contradições entre o discursos e a linguagem corporal, mesmo quando se denota que aqueles e esta foram previamente estudados ou são fruto de uma tentativa de controlo da realidade ou resultado de uma longa experiência de intrujices bem sucedidas ao longo de uma bem sucedida actividade política.

A postura corporal dos candidatos fala por si apesar do esforço, nem sempre bem sucedido, na emissão de mensagens que conquistem eleitorado (mesmo sabendo ambos, no seu íntimo, que aquelas são muitas vezes ilusórias ou demagógicas): os braços cruzados, o olhar desviado para cima ou para baixo, a rotação da face em momentos cruciais, a colocação das mão e dos braços, a hesitação na linguagem, os actos falhados no conteúdo do discurso, uma mãozinha distraída que toca no nariz, um ligeiramente queixo afagado, uns lábios bem apertados, uma boquinha entreaberta, um esgar de sorriso que escapa ou o excesso teatral dos sorrisos falsos ou das expressões de duvidoso espanto ou exagerada indignação e muitos outros sinais de comunicação verbal significativos, sobre os quais pouco mais direi porque não convém entregar o ouro ao bandido … apenas digo que olhemos para os adultos, transparentes na sua inocência perdida, e lembremo-nos das crianças ou de como é fácil saber o que sentem ou quando mentem.

Por conseguinte, para um olhar minimamente treinado é relativamente simples aferir que são muitas as mensagens corporais contraditórias que têm ocorrido simultaneamente às verbalizações do discurso ao longo da presente campanha eleitoral... desta e de muitas outras, passadas e futuras encenações deste género.

Escrutinar tais contradições, assim como aferir da veracidade dos conteúdos ocultos e manifestos, converte ter que escutar a estopada repetitiva da campanha num exercício de cidadania bem mais divertido e estimulante.

Como antes já escrevi, em período eleitoral, desenvolve-se uma crença: o homem (ou mulher) político, que exerce ou pretende exercer altas funções, teria a capacidade ilimitada de influenciar todos os campos, de modificar tudo. Reencontramos aqui o sentimento infantil de omnipotência parental.

No momento das eleições, o cidadão tem um pouco a impressão de poder pedir ou desejar obter tudo o que quiser aos pais (os políticos). Em seguida esses pais idealizados (os políticos) vão concorrer entre eles para obter os favores daqueles filhos (os cidadãos eleitores), adulando-os ou fazendo-lhes promessas. Está aqui a fonte do famoso pacto entre o homem de poder e o seu povo, pacto que dura enquanto a ilusão persiste.

O político serve-se daquela projecção idealizante sobre si. É essa a regra do jogo social, incontornável, inclusive fundadora das relações do indivíduo com os seres humanos, o grupo, a família, as Instituições e o País.

Por fim, quanto à nossa realidade, há prémios para todos os nossos candidatos, mas nem eu sou júri nem este sítio é Hollywood, por isso ficam em privado. Apenas vou mencionar algumas categorias:

- Prémio "Falas Bem Mas Não Convences"

- Prémio "O Sonho Comanda a Vida"

- Prémio "Vira Para lá o Nariz Não me Vás Vazar um Olho"

- Prémio "Simpatia e Sinceridade Demagógicas"

- Prémio "O Hitler Começou Assim"

- Prémio "Abstinência Sexual é Uma Virtude Mas Foi Pena que os Vossos Paizinhos Não a Tivessem Praticado Sempre"

- Prémio "Mas Onde é que Já Ouvimos Isto?"

- Prémio "Por Amor de Deus Não Diga Mais Disparates"


...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Madeira





Gostei muito das férias que passei na Ilha da Madeira durante uma parte do mês de Agosto.

Desde a chegada ao novo aeroporto que se percebe que o desenvolvimento da ilha está fortemente orientado para o turismo de qualidade e de nível superior. Existem no Funchal e arredores vários bons hotéis e quintas turísticas, muitos restaurantes com deliciosa gastronomia local e as novas estradas, com longos e excelentes túneis, crescem a olhos vistos facilitando as viagens em tempo, conforto e segurança.

O clima do Funchal é maravilhoso e deliciosamente variável por toda a Ilha conforme se está no planalto, na serra, no norte, a este, oeste ou no sul.

Pontos altos desta viagem de Agosto: o alojamento no Hotel sobre o Lido foi excelente, mas também de cinco estrelas foram as paisagens magníficas – muitas delas de tirar o fôlego ao sujeito menos impressionável - o verde das plantações de bananeiras e vinhas, a floresta laurissilva, a água corrente por todo o lado nas "levadas", a simpatia dos habitantes, as fajãs, a gastronomia, a poncha, o clima temperado, as noites suaves, as novas estradas que facilitam muito as viagens e a modernidade crescente que não colide com a beleza natural da Ilha.

Gostei tanto, e fiquei tão agradavelmente surpreendido, que ficou prometido regressar para rever locais e pessoas e conhecer também o Porto Santo.


...