quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estamos a criar alunos que não sabem ler ...



Acerca do Programa de equivalências para adultos Novas Oportunidades, Maria do Carmo Vieira dixit:

"Trata-se de uma fraude e de uma falta de respeito para com as pessoas que acreditaram no programa. Conheço inúmeros alunos que pensavam que voltavam à escola para aprender e aperceberam-se de que não iam aprender nada.
Não se faz o 7.º, 8.º e 9.º em três meses, não se faz o 10.º, 11.º e 12.º ano em seis meses. Isto não tem qualquer equivalência, porque se esses alunos fossem questionados, não sobre as matérias até do 10.º,11.º e 12.º, mas sobre qualquer coisa minimamente inteligente, estavam a zero. Eles são a personificação da ignorância, mas uma ignorância que é fomentada pelo próprio sistema e, por isso mesmo, eu digo:
é preciso desobedecer a isto.
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Compreendo a indignação da Senhora Professora Maria do Carmo Vieira - que lançou esta semana o ensaio 'O Ensino do Português', patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Além da Crise da Justiça também a Crise na Instrução/Formação qualificada é outro dos factores cruciais que explicam o actual nível de
Desenvolvimento Português... alias, um dos 3 "D`s" que está por cumprir após o 25 de Abril.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

O que devem aprender as elites que nos governam e aquelas que nos hão-de governar!

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Um derradeiro programa muito elucidativo sobre a realidade económico-financeira portuguesa que nos tem sido (e é) obstinadamente ocultada: uma década perdida e a década que se segue em altíssimo risco de ser uma repetição da antecedente.

Uma aula indispensável tanto para a elite que nos governa como o é para aquela que nos irá no curto prazo governar e, também, para as outras que futuramente hão-de vir - pelo menos até 2050.

Enquanto isto, o povo distrai-se e é distraído com a espuma dos dias: há subsídios, telenovelas e futebol – pão e circo, a sempre útil receita romana que prolonga o status quo e fomenta a continuidade da inexorável decadência.

Ou isto leva uma reviravolta a sério ou iremos ter adiante - Portugal e nós todos, os portugueses - gravíssimos problemas de sobrevivência.

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Vá para fora cá dentro!


O apelo do Presidente da República "para que os portugueses façam férias dentro do país" obteve do actual Ministro da Economia uma resposta que parece revelar a que nível chegou a falta de sentido de Estado e a enorme demagogia de que padecem muitos dos homens que nos têm governado na última década.

Aquele compreensível apelo do Chefe de Estado aos portugueses foi feito num determinado contexto (no decorrer de uma visita à capital do turismo algarvio) e revestiu-se de um carácter excepcional, dadas as tremendas dificuldades económicas e financeiras de Portugal.

Todavia, o lamentável comentário do referido Ministro – de viagem oficial às custas de erário público a Xangai – foi o seguinte: "Só espero que outros chefes de Estado de outros países não façam o mesmo apelo senão perderemos uma fonte importante de divisas em Portugal". Ora, um tal comentário público por parte de um governante não só não se justifica por ser generalista e sem rigor como está descontextualizado e é incongruente.

Porquê? Porque esse argumento carece de coerência já que só se aplicaria, teoricamente, a mais três ou quatro países em situação semelhante ou pior que a nossa, o que é um número irrisório e sem grande expressão na parcela dos 27.2% de receitas provenientes dos turistas que nos visitam. Mais: trata-se de uma argumentação demagógica e contrária ao interesse do Estado porque comparar o impacto dos 27.2% de receitas de origem externa que supostamente deixariam repentinamente de entrar com os 17.5% de gastos de origem interna nas viagens turísticas que os portugueses fazem no estrangeiro, não só não faz qualquer sentido como só se entenderia para efeitos de um estudo teórico – ou então são dados correlacionados ou por ignorância ou por má fé.

Aquele apelo do Presidente da República, como é lógico e de bom senso supor num momento de tão grave situação financeira, referia-se não só às evidentes perdas de receita para economia nacional que ocorrem sempre que um português escolhe fazer férias fora do país ao invés de as gozar em Portugal, como também quis o Presidente alertar para uma outra evidência: as situações de endividamento externo por via daqueles que gozam férias a crédito, seja no estrangeiro seja em Portugal.

Naturalmente que quem tem recurso próprios, sem se endividar, e pretende fazer férias em Mykonos ou nas Seicheles tem toda a legitimidade para isso, não obstante essa decisão significar uma diminuição das receitas internas e indirectamente uma exportação de divisas num momento de extrema gravidade para todo um povo.

Contudo, o que aqui esteve em causa não foi o nosso direito a gastarmos o nosso dinheiro como bem nos aprouver, mas sim o congruente exemplo dado por um Presidente em viagem por Portugal que apelou ao bom senso e à solidariedade nacional versus o infeliz exemplo dado por um Ministro em viagem ao Oriente (com respectiva comitiva, com tudo pago por todos nós) que quis explicar o indefensável.

Resta recomendar o slogan: vá para fora cá dentro!
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quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Crise Portuguesa actual: aquilo que é preciso sabermos mas não nos dizem!



Uma hora a ouvir falar a verdade sobre a realidade portuguesa. Dói, é certo, mas vale a pena saber o que nos espera; só assim poderemos decidir agir em consciência.


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